A Confusão do Dia das Mães

A Confusão do Dia das Mães

de Camerin Courtney
(tradução de Dennis Downing)

É raro eu querer dar um murro em alguém dentro de 20 segundos de entrar numa igreja. Mas isso é exatamente o que aconteceu nessa época um ano atrás. Num domingo em maio eu estava visitando a igreja que uma amiga frequenta. A igreja é grande e conhecida por ser receptiva a pessoas buscando a Deus. Um homem bem amigável nos cumprimentou à porta e calorosamente desejou ambas um “Feliz Dia das Mães!”.

Sorrindo educadamente, enquanto entramos no saguão da igreja à procura de café, eu sussurrei a minha amiga, que, como eu jamais teve filhos “Será que ele não sabe que nem todo mundo que possui um útero de fato, já usou?”

Tudo bem, talvéz eu não queria dar um murro no sujeito. Eu apreciei a consideração dele. Realmente. Mas também sentia para mim, como se em nosso breve contato de vinte segundos, ele descobriu uma ferida no meu coração e lá enfiou o punho dele.

Meu útero tem 37 anos e até hoje nunca segurou nenhum bebê. Isso é porque eu nunca estive casada, nunca engravidei, nunca fiquei nem próxima de ser mãe. A maioria dos dias isto não mexe muito comigo. Mas às vezes doe. Lembro um episódio de um programa da TV quando uma jovem, já grávida falou para o marido dela sobre uma criança que ela viu, que era tão fofa que fez o útero dela doer.

Sim, alguns dias eu conheço aquela dor.

É especialmente provável que esta dor apareça no Dia das Mães, quando freqüentemente pedimos às mães ficarem em pé para receberem um aplauso e uma flor.

Porém, eu sei que debaixo desses sorrisos encorajadores e mãos batendo palmas há muitas mulheres doendo no Dia das Mães. Ou mães que simplesmente evitam ir à igreja neste domingo em maio.

Mães como minha amiga Marty que enterrou seu filho adulto há alguns anos atrás. Como minha irmã, que muitos anos atrás sofreu uma série de abortos espontâneos. Como vários das minhas amigas que lamentam os bebês que nunca tiveram e talvéz nunca terão. Eu queria que todos nós que doemos no Dia das Mães poderíamos nos reunir para nossa própria celebração. Poderíamos chorar e orar, prantear e regozijar. Poderíamos alternar, levantando um punho contra Deus e então nos reclinando no único amor capaz de nos dar verdadeiro conforto. E poderíamos olhar uma para a outra com o conhecimento compartilhado de que este mundo está quebrado, e que acontece que é assim que este quebrantamento tocou as nossas vidas.

Eu penso que estes atos celebram e honram a maternidade da mesma maneira que as típicas flores, o café da manhã na cama, e os sentimentos de cartões especiais. Estas ações dizem que vale a pena ter saudades da mães, e que vale o luto pelos filhos, tanto aqueles que conhecemos, como os que nunca tivemos.

Eu imagino Jesus no Dia das Mães, pensando em sua mãe terrestre, Maria. Imagino ele efletindo em como ela confiou cegamente enquanto ele foi se aconchegou no útero dela (Lucas 1:38), como ela o importunou a realizar um milagre antes mesmo do tempo designado (João 2:1-11), como ele provavelmente quebrou o coração dela quando ela foi vê-lo uma vez e ele perguntou “quem é minha mãe?” (Mateus 12:46-50), como ele gastou algumas das últimas respirações agonizantes dele se certificando de que ela seria bem cuidada (João 19:26-27). Seguramente nosso Salvador entende a confusão das emoções sobre mães e maternidade, e deste dia especial em que nós cumprimos o mandamento de Deus de honrar estas genitoras, protetoras e nutridoras de vida.

Então este Dia das Mães, eu celebrarei com um telefonema a minha amiga Lisa, que depois de um ano de dolorosos procedimentos médicos invasivos é a mamãe orgulhosa de Elias. Com um cartão cheio de amor e orgulho para minha irmã, mãe exausta de duas crianças de gênio forte que ela e meu cunhado adotaram na Guatemala alguns anos atrás. Com um telefonema para minha própria mãe maravilhosa com qual eu fui abençoado em passar uma divertida semana no último Natal enquanto meu pai estava em uma viagem de missões.

E, eu também comemorarei o dia com orações para conforto para Marty. Com lágrimas para minhas amigas solteiras e meus próprios braços vazios.

E com gratidão renovada para a constância e certeza de nosso amoroso Pai celestial.


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